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[Review] American Horror Story: Asylum S02E05 - I Am Anne Frank (Part2)


Cinco episódios foram o suficiente para Asylum fechar um ciclo e dar início a outra fase da sua história que tem tudo para ser tão vertiginosa quanto essa primeira. O desfecho da trama de Anne Frank foi quase um season finale, nele tivemos respostas, reviravoltas e uma prévia de um futuro ainda mais sombrio para todas aquelas almas que de uma forma ou de outra, nunca se encontrarão totalmente desligadas do Briarcliff.

Parceiro de longa data de Murphy, o episódio ainda ganhou a direção de Alfonso Gómez-Rejón. Com câmeras estilizadas (como a sequência em que através de recortes refletidos no espelho, descobrimos que o senhor por quem Sister Jude foi buscar, é um caçador de nazistas) e quadros impressionantes (toda a tensão na casa do Dr. Thredson), o diretor demonstrou a mesma maestria dos seus outros trabalhos, como The Break-Up em Glee Birth na temporada passada de American Horror Story.

Dando forma as dúvidas levantadas por Anne, Sister Jude foi atrás de um caçador de nazistas, que antes de partir para qualquer ofensiva contra Dr. Arden, pede que ela comprove a identidade dele. Para isso ela deve achar uma marca no antebraço do cirurgião que demonstra sua participação numa antiga operação do governo alemão que visava salvar criminosos de guerra. Em meio aos acontecimentos, Anne se descuida e acaba trancafiada novamente no Briarcliff. Foram sequências rápidas, mas serviram para mostrar que sem o hábito, Sister Jude ganha um ar de femme fatale que é impagável.

Quando o marido de Anne aparece no hospício, alegando que ela não é quem diz ser, eu fiquei com os dois pés atrás. Uma bela saída foram aqueles flashes que contavam a verdadeira história da mulher. Todos filmados com uma câmera super oito e inseridos com cortes bruscos na cena, conferiram um ritmo tão frenético que você se sentia enlouquecendo. Sister Jude libera a moça de bom grado e a ação comprova ainda mais as mudanças que ela vem sofrendo em suas concepções. Se pararmos para analisar, esse foi o episódio que ela esteve mais frágil.

A ação da freira é o primeiro passo para sua descida ao inferno. O furo que Dr. Arden precisava para denunciá-la e conseguir a liderança do Briarcliff, ainda mais depois que o Dr. Thredson aponta que visivelmente Anne sofria de depressão pós-parto e alucinação psicótica. Manter quem é são preso e liberar figuras perigosas, tendo deixado mais três escapar, decreta que Sister Jude não está apta para comandar o local. Eu fico imaginando aquilo ali sobre a vista de Arden e Sister Mary Eunice, que virou a mão direita do nazista ao dar um fim um tanto quanto inusitado a pobre Shelley.

Porém, a virada na trama foi protagonizada pelo trio: Lana, Grace e Kit. Os dois últimos partilham de minha total simpatia e me surpreendeu a forma como suas histórias aos poucos se tornam uma só. Grace é abduzida antes da esterilização assinada por Sister Jude e, na mão dos alienígenas, descobre que Alma está viva e grávida. Não sei se de Kit ou de algo pior. A obsessão dos roteiristas com o nascimento e a figura materna vem desde a temporada passada e parece se refletir no motivo dos misteriosos seres. Só não entendi o que eles realmente fizeram com Grace, o que deu para perceber é que ela guarda mais memórias que Kit e isso vai ser o seu trunfo.

Balançado com a história de Grace, Kit acredita ser o Bloody Face e grava uma confissão para o Dr. Thredson, sendo essa a sua única chance de escapar da cadeira elétrica. Sua prisão no final do episódio para o desespero de uma Grace que agora sabe que ele não é o assassino foi triste, mas pelo menos Kit ouviu sobre Alma e com certeza ele vai voltar a lutar. Tentando se manter sã, Lana já havia se submetido a degradante terapia no episódio passado, mas a promessa de fuga feita pelo Dr. Thredson a animou e deu certo de uma forma quase inacreditável.

No momento em que ela chega ao apartamento dele e começam a discutir sobre como vão expor os absurdos do Briarcliff, eu já passei a ficar apreensivo. A frase: “Você vai escrever a minha história” entregou o jogo para mim. Quando Thredson desliga o telefone, oferece o vinho e liga o abajur, fiquei estarrecido. Os mamilos no abajur, as balinhas de açúcar no crânio confirmou que estávamos diante do verdadeiro Bloody Face. Palmas para Zachary Quinto, o eterno Sylar estava possuído. Lana caiu numa armadilha ainda pior do que o Briarcliff e o “pray for Lana” tweetado semanalmente por Ryan Murphy nunca fez tanto sentido. A nova terapia de Thredson vai fazer a de aversão/conversão parecer uma pequena dose de valium.

Se a confirmação de que Anne era louca (a lobotomia também foi de arrepiar) pareceu fazer todo sentido, a certeza de que Dr. Arden é realmente Hans Gruper foi ainda mais bem vinda. Em sua loucura, a jovem descobriu os segredos mais obscuros do nazista e tenho quase certeza que essa dúvida ainda vai mover Sister Jude. A freira ganhou novos ares e com um desabafo emocionante demonstrou que sua fé em Deus não é um simples papel, ela pode guarda e exteriorizar seus demônios, mas a certeza do perdão é o que move os seus atos.

P.S.: Depois de Laranja Mecânica, tivemos referência a Jogos Mortais. Brincar com gêneros é uma arte e esses moços são mestres.
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