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[First Look] Do No Harm 1x01 - Pilot

Doze horas de lado bom. Doze horas de lado mal. 


Doze horas de lado bom. Doze horas de lado mal. 

Do No Harm é sobre um neurocirurgião respeitado que tem um segredo: seu alter ego, de personalidade completamente oposta, chamado Ian Price. Por muitos anos, Dr. Jason Cole vinha mantendo a situação sob controle com uso de drogas experimentais. Ao adquirir imunidade ao medicamento, e assim liberar seu alter, que agora busca vingança, todos as pessoas que ama estão correndo perigo. 

Criada por David Schulner, a nova aposta da NBC é protagonizada pelo ator Steven Pasquale (Rescue Me) e promete ser uma nova versão de Jekyll e Hyde de “O Médico e o Monstro”. O Piloto foi liberado na internet mais cedo, mas a exibição oficial na TV aberta será no dia 31 de Janeiro. 

Disponibilizar o Piloto mais cedo virou costume de muitas emissoras para instigar a audiência, embora possa ser um tiro no pé. Pelo que vi pela internet, muita gente lá nos EUA gostou da estreia, e então há chances reais de Do No Harm conseguir uma boa audiência, principalmente com um empurrãozinho da Series Finale de 30 Rock no horário anterior. 

O material promocional da série é razoável. A premissa em si já é estranha, e o pouco que o trailer revelava não era suficiente para saber como essa história de alter ego seria executada. O problema é que a execução é ainda pior, mesmo com o esforço de Steven Pasquale

Não dá para dizer que ele atuou bem ou se foi um completo desastre. Seria um meio termo, algo que convence o espectador de que se trata mesmo de outra pessoa, mas também não há nada de novo em sua interpretação. A transição entre Jason e Ian, aliás, pode ser destacada como um dos bons momentos do Piloto, ainda que a cena tenha sido convencional demais. 

É aí que a série peca, no uso de chavões e na falta de interesse em inovar. Assistir ao Piloto é como estar sempre com aquela sensação de que já viu aquilo em outro lugar, ou melhor, outros lugares. E, por isso, em poucos momentos ficamos curiosos para ver o que vem a seguir, o que ocorre, por exemplo, na cena de sua primeira transição. Em outras, como a do chuveiro, em sua segunda transição, é confirmada a tendência de não sair do mesmo. 

A trama principal é sustentada por casos semanais, o que provavelmente justificará uma evolução em passos muito lentos. Afinal, é uma questão de tempo para mais alguém descobrir o segredo e, quando isso acontecer, não sobrará mais nada além do procedural. Pouquíssimas séries conseguem se sustentar em bons casos semanais atualmente, e Do No Harm não apresentou originalidade suficiente para seguir esse caminho.  

Duvido que a intenção seja de revelar esse segredo por agora a alguém, isso será arrastado o quanto puder. Ainda mais porque ninguém naquele hospital desconfia do cara que não dá sinal de vida depois de 8:25 da noite. Tem como? E toda vez quando Ian aparecer por ali (com um jeito completamente diferente de Jason, vale lembrar) para fazer cirurgia e o pessoal injetar insulina nele, ele vai apagar e ninguém vai desconfiar, justo na área de neurologia? Não sei sobre medicina, mas acredito que é coisa de intuição. É por esse e outros motivos que não só acho que o Piloto foi fraco, como não tenho esperanças de que vá melhorar muito. 

Tive que rir de como eles se referem um ao outro e de como se comunicam. Sei que é bobagem, mas toda vez que vejo ele falando do cara como se fosse a pior pessoa do mundo e ainda faz falsas promessas que não irá deixá-lo machucar alguém, então me lembro que se refere a ele mesmo. Que ele conversa consigo mesmo por vídeos. Talvez seja “efeito United States of Tara”. Enfim... Qualquer tentativa de fazer que a série seja um suspense interessante e que prende nossa atenção não funciona na maior parte do tempo, porque a situação em que o protagonista se encontra é meio ridícula. 

Quanto aos personagens secundários, não há nada o que comentar. Nenhum interessante por enquanto. Ao contrário disso, a trilha sonora é bacana. Claro, se colocam The Black Keys ali não dá para falar mal, não é? 

Quem gosta de procedural médico e não tem interesse em buscar algo novo no gênero, tem aqui uma opção. Não sei dizer se o mesmo vale para os amantes do filme, creio que poderão se desapontar, visto que sempre preferimos o original. Do contrário, a procura por uma ótima série médica ainda continua. 

P.S.: Sério, a prévia da temporada é bem mais promissora que o Piloto. Vou acabar vendo a temporada inteira... Só que não. 

P.S. 2: Nova desculpa para torrar dinheiro: a culpa é do alter ego! Ainda vou usar essa... 
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