[Review] The Vampire Diaries 4x17 - Because the Night

Uma amiga ou doze pessoas?

Caroline, Caroline… você pagou a língua. Reclamou, jogou na cara de Klaus o quanto ele é terrível e abominável e até contrariou hábitos de higiene somente para provocá-lo. De que adiantou a birra? Não importa o que se diga, Klaus não vai desistir de perseguir Tyler. Seu querido híbrido, que continua escondido de Klaus, tentou assassiná-lo! O mínimo que se poderia esperar de trair um original é a vingança. E, vamos concordar, para um vilão do nível dele a resposta deixou um pouco a desejar.

A “ineficiência” tem justificativa. Um motivo que serviu tanto para afastar Klaus de seu mar de atrocidades quanto sugar Caroline para seu primeiro ato egoísta. Egoísta porque não usou a razão para deduzir que o melhor caminho era não interferir. Caroline nem hesitou. Preferiu a morte de doze pessoas a perder sua amiga. Para completar, vem Klaus dando o troco e insinuando que eles não são muito diferentes agora e o remorso vem à tona. Agora que aguente.

Essa atitude tem consequências mais complexas que a morte de doze pessoas. É tão complexa que, a princípio, não consegui captar tudo. Corrijam-me se estiver errado: Silas completou seus três massacres formando o triângulo, o que energizou Bonnie o suficiente para destruir o outro lado, abrir as portas do inferno e mandar todo o pessoal de volta. O que ele quer com a cura então?

Ou melhor, que sentido faz procurar a cura para tomá-la e morrer? Se ele quer se reencontrar com seu amor verdadeiro, porque não só destruir o outro lado e libertá-la? De verdade, fiquei um pouco perdido. Porque, veja bem, tomar a cura e morrer fará com que Silas junte-se à sua amada e, segundo Stefan, ao destruir o outro lado, ele poderá retornar. Lembrando que os dois serão humanos, como destruir o purgatório sobrenatural – o outro lado – consumará a vitória de Silas? 

Chegamos* à conclusão de que Silas quer ser humano para ter uma vida normal com sua amada e que o chamado "outro lado", assim como foi sugerido desde a primeira metade da temporada, também engloba humanos. Na terceira temporada, se não me engano, não mencionaram isso. Na verdade, acredito que tenham dito o contrário. 

Essa não foi a única dúvida. Ao navegar pela internet, encontrei pessoas que consideraram absurdo Stefan não conseguir pôr um basta no ritual das bruxas, e Caroline, sim. Na minha opinião, naquele momento as bruxas “baixaram a guarda” e Stefan não estava disposto a sacrificar doze pessoas e completar o triângulo de sacrifícios para salvar uma pessoa, muito menos Klaus. Quem tiver a oportunidade, aconselho retornar à cena para tirar suas conclusões. Até mesmo a forma como Stefan aborda a bruxa é mais precavida, diferente da atitude impulsiva da loira.

Outra questão que martela a cabeça de algumas pessoas faz algum tempo é a comparação entre Klaus e Silas, no que se refere à sua primeira aparição. Silas copiou identicamente o corpo de Professor Shane; Klaus apoderou-se da mente de Alaric com o auxílio de bruxaria. É diferente. Como ouvimos Bonnie dizer, para nossa felicidade, Silas tem outra aparência. O que concordo nessa história toda, no entanto, é que os dois se perderam por causa de amor. Klaus não é mais o vilão temido e Silas segue o mesmo caminho por Qetsiyah. O primeiro confronto dos dois esclareceu as divergências. Klaus tem um ponto fraco mortal: a adaga.

Eles não são diferentes quanto à manipulação. 

Bonnie teve sua memória apagada e a hipótese do Stefan é de que o ritual das bruxas seja o motivo. Neste caso, elas apagariam a partir do ponto em que a bruxa entrou em contato com Silas, o que aconteceu na caverna, justificando, assim, sua última lembrança ser a de estar na ilha. A jovem bruxa já pode entrar para o rol de objetos cênicos da série, de tanto ser usada e manipulada. O que acho engraçado nessa história é o pai de Bonnie concordar com a situação depois de tudo ter saído do controle e ainda não desconfiar que a filha procurara a mãe para fazer aquilo que se negou veementemente antes. 

Nessa disputa entre imortais, Klaus cumpriu sua cota do episódio quando alfinetou Stefan por deixar Elena e Damon passear por New York. Lembram que ele fez o mesmo com Damon quando este estava preso? Pois é. Klaus é aquela amiga falsa e fofoqueira que adora causar intriga. Que vergonha, Klaus!

Stefan nem ligou para a provocação. E nem teve motivos. Lá em NY, Damon e Elena estão “à trabalho”, na busca pela Katherine, e com direito a flashbacks de 1977. Nesse ano, Damon passava pela mesma situação que Elena está passando, com a ajuda de Lexi. Este deve ser o motivo para Lexi não gostar de Damon. Não tenho ideia ou não me recordo, porém, de qual foi a razão para Damon desligar a humanidade. Acho uma falta de consideração Stefan pedir para sua amiga vigiar o irmão e nem teve a decência de presenteá-la com um anel protetor solar. 

Tivemos, em Because the Night, o domínio das vampiras e seus impulsos, mais do que qualquer outra coisa. Elena, ao contrário do que se esperava, não causou confusão. Na verdade, ela ficou quietinha, muito embora soubesse que estava sendo enganada, e só esperou o momento certo para agir. Aproveitou o passeio para ajeitar o cabelo e aliou-se a melhor parceira que poderia encontrar: Rebekah. 

Como sempre, Rebekah foi a responsável por cenas divertidas, como a de quando ela esbofeteia o cara no Billy’s. Sério, não teve como não rir. O acordo é benéfico para ambas. Caso encontrem a cura, os Salvatore só faltariam amarrar Elena e enfiar o líquido goela abaixo, o que ela já disse que não quer. Ao contrário disso, Rebekah almeja essa cura mais que tudo, a fim de formar uma família. Sabemos que as duas são muito espertas e podem trair ou ser traídas a qualquer instante, ainda mais com a humanidade de Elena desligada. Mas o que ninguém pode negar é que, enquanto durar, essa parceria será divertida.

April não “avulsou” nesse episódio, ainda que espere sua ligação perguntando sobre o paradeiro de Tyler. Estranho ela ainda não ter comentado o assunto. E mais estranho ainda é Petrovinha continuar escondida, sem dar um sinal de vida. Estou curioso para saber o que ela planeja com a cura e com o sangue de Qetsiyah (lembra que presumi que também estivesse com ela?) e de onde surgiu esse exército.

Como está a temporada até aqui? Vamos ser sinceros, não vai muito bem. O episódio foi acima do que eu esperava, bem mais. A parte do ritual com a Bonnie até deu arrepios. Mas ainda está longe do que esperávamos. À essa altura, TVD já tinha que ter liberado, se for a intenção, todos os seres sobrenaturais e colocado um ponto final nessa história. 

Gosto muito de ler críticas construtivas à série. Na semana passada os comentários foram a prova disso. Mas os que, por exemplo, põem a culpa em detalhes completamente admissíveis como o fato de o número de bruxas ser exatamente o que Bonnie precisava para o sacrifício ou o fato de ninguém perceber Damon, Elena e Rebekah se alimentando no meio do show são pessoas que estão de má vontade com a série. Desculpe-me, dispensa explicações.

E então, você lembra exatamente de como o assunto do “outro lado” foi retratado? Algum comentário sobre o episódio ou a temporada de TVD?

*Agradecimentos: Caique Riedo.