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[First Look] Hannibal 1x01 - Apéritif

Soturno e elegante.


Soturno e elegante.

São poucas as vezes que um piloto consegue despertar em mim um misto de emoções que chegam a ir da mais completa estranheza ou mesmo admiração. Confesso a vocês que não tinha muitas expectativas com Hannibal, apesar do excelente material promocional e da presença do Hugh Dancy, um ator que eu gosto muito. É bom ser pego de surpresa, mas é melhor ainda ter a certeza de que estamos diante de um exemplar ousado e curioso, que se seguir a linha da première, vai se mostrar como um entretenimento capaz de ir além do escapismo barato proposto pela maioria das séries investigativas.

Justamente por não se prender as convenções que já consolidaram programas como C.S.I., The Mentalist e tantos outros, foi que Hannibal teve minha total admiração, pois, sinceramente, eu não tenho muito interesse em séries policiais. Sem optar pela exposição excessiva, somos apresentados ao consultor investigativo Will Graham (Hugh Dancy) que tem o macabro e incômodo dom de empatizar com mentes criminosas, conseguindo assim recriar com uma precisão minuciosa a cena do crime em questão. Ao ser convidado para tomar cabo de uma investigação que procura encontrar um serial killer fora dos padrões normais da psicopatia, Will vê despertar em si próprio seus maiores medos e angústias.

O diferencial na série está na entrega dos seus atores e nas escolhas estilísticas usadas para nos mostrar quem é Will. Tenho certeza que muitas pessoas achavam que seria Hannibal (defendido brilhantemente pelo ator Mads Mikkelsen) o enfoque da série, mas os criadores beberam da fonte original (os filmes baseados nos livros de Thomas Harris) e deixam Will ser o nosso carro chefe. Porém não se enganem, pois Hannibal está lá e sua presença é tão assustadora quanto aquela eternizada por Anthony Hopkins.

Will tem todo um escopo de desordem social que só consegue ser driblado quando Hannibal finalmente entra em cena, e é sensacional como a dinâmica entre os dois atores flui tão naturalmente. A série também não nos poupa da violência gráfica que chegou a me surpreender por se tratar da TV aberta. Hannibal mesmo é visto em longas e surreais sequências de jantares que embrulham nosso estômago por sabermos a origem de sua comida.

Quando chegamos ao clímax do piloto, eu já estava completamente fisgado pela nova abordagem de um dos maiores ícones contemporâneo. São várias as repercussões que podemos esperar, pois fica claro que o interesse de Hannibal em Will vai ser capaz de criar um instigante jogo mental e nem é chato dizer que no meio de tanta baboseira que essa mid-season negra nos entregou, Hannibal vem mostrar que há luz no fim do túnel.

P.S.: Idealizada por Bryan Fuller (Pushing Daisies, Wonderfalls), Hannibal ainda tem David Slade, Guillermo Navarro e Michael Rymer na direção. 13 episódios foram encomendados e mesmo com a audiência não tão expressiva, é torcer para que a NBC seja sensata pelo menos uma vez em sua história.

P.S.2: Confira também a excelente promo do que está por vir na temporada:


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