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[Review] Hannibal 1x02 - Amuse-Bouche

Design para o horror.


Design para o horror.

Semana passada eu tinha dito que se Hannibal partisse para o lado procedural, uma ponta de desgosto começaria a crescer. Porém, quando o gênero é imposto de forma classuda, nem fica difícil voltar atrás do que foi dito. A série continuou tendo a personalidade de Will Graham como mote principal e é justo esse estudo de personagem que me pega pelo pé e consegue prender a minha atenção pelos passageiros 43 minutos. 

O caso Garret Jacob Hobbes está longe de ser fechado e esse senso de continuidade foi essencial para descobrirmos que o assassino que trouxe Will de volta ao campo, tem muito mais a oferecer, assim como sua filha ainda em coma. A “culpa” que o consultor (e agora agente?) sente com a sua primeira vítima por assim dizer, vai desconcertando não só a sua habilidade, como também suas próprias concepções, logo fica claro o porquê da Dra. Alana Bloom ter hesitado tanto em trazê-lo de volta, mesmo com os apelos constantes de Jack Crawford. 

A inserção da jornalista inescrupulosa Freddie Lounds, foi outro ponto que me agradou bastante, a personagem não foge muito do estereótipo de bisbilhoteira, mas foi uma presença essencial para dinamizar o caso da semana. Diga-se de passagem, se a bizarrice do modus operandi dos serial killers seguirem em escala crescente, vai ser uma beleza apreciar casos dignos da saudosa Divisão Fringe

O farmacêutico obcecado por conexões, que passou a acreditar que fungos são bem mais evoluídos e propensos a permitir uma ligação maior com a psique humana foi para lá de exagerado, e por isso mesmo caiu no meu gosto. Essa linha entre sanidade e insanidade vai sendo abordada de forma sutil e quase sempre é catalisada quando o Dr. Hannibal chega com suas metáforas pontuais.

Na verdade eu também continuo bastante incomodado (de forma positiva) com as cenas de refeições protagonizadas por ele. O jogo de câmeras e os olhares que o psiquiatra dá aos seus convidados enquanto os mesmos elogiam suas iguarias são de arrepiar. A química entre ele e Will é outro dos trunfos da série. Os dois nutrem um respeito comedido e curioso um pelo outro sem deixar as suspeitas de lado.

Admitindo a dificuldade que vem sentindo para deixar o universo sombrio dos monstros que se propôs a caçar, Will acaba de se tornar o objeto de estudo mais ambicioso de Hannibal. Eu não sei se o canibal vai usar da habilidade de Will para prendê-lo ainda mais, porém fica claro no diálogo excelente que encerra o episódio, que é a influência a maior arma dele, acrescida de um macabro complexo de Deus.
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