[Review] Hannibal 1x02 - Amuse-Bouche
Design para o horror.
http://siteloggado.blogspot.com/2013/04/review-hannibal-1x02-amuse-bouche.html
Design para o horror.
Semana passada eu tinha dito que
se Hannibal partisse para o lado procedural, uma ponta de desgosto
começaria a crescer. Porém, quando o gênero é imposto de forma classuda, nem
fica difícil voltar atrás do que foi dito. A série continuou tendo a
personalidade de Will Graham como mote principal e é justo esse estudo de
personagem que me pega pelo pé e consegue prender a minha atenção pelos
passageiros 43 minutos.
O caso Garret Jacob Hobbes está longe
de ser fechado e esse senso de continuidade foi essencial para descobrirmos que
o assassino que trouxe Will de volta ao campo, tem muito mais a oferecer, assim
como sua filha ainda em coma. A “culpa” que o consultor (e agora agente?) sente
com a sua primeira vítima por assim dizer, vai desconcertando não só a sua habilidade,
como também suas próprias concepções, logo fica claro o porquê da Dra. Alana
Bloom ter hesitado tanto em trazê-lo de volta, mesmo com os apelos constantes
de Jack Crawford.
A inserção da jornalista
inescrupulosa Freddie Lounds, foi outro ponto que me agradou bastante, a
personagem não foge muito do estereótipo de bisbilhoteira, mas foi uma presença
essencial para dinamizar o caso da semana. Diga-se de passagem, se a bizarrice
do modus operandi dos serial killers seguirem em escala
crescente, vai ser uma beleza apreciar casos dignos da saudosa Divisão Fringe.
O farmacêutico obcecado por
conexões, que passou a acreditar que fungos são bem mais evoluídos e propensos
a permitir uma ligação maior com a psique humana foi para lá de exagerado, e por
isso mesmo caiu no meu gosto. Essa linha entre sanidade e insanidade vai sendo
abordada de forma sutil e quase sempre é catalisada quando o Dr. Hannibal chega
com suas metáforas pontuais.
Na verdade eu também continuo
bastante incomodado (de forma positiva) com as cenas de refeições
protagonizadas por ele. O jogo de câmeras e os olhares que o psiquiatra dá aos
seus convidados enquanto os mesmos elogiam suas iguarias são de arrepiar. A
química entre ele e Will é outro dos trunfos da série. Os dois nutrem um
respeito comedido e curioso um pelo outro sem deixar as suspeitas de lado.
Admitindo a dificuldade que vem
sentindo para deixar o universo sombrio dos monstros que se propôs a caçar,
Will acaba de se tornar o objeto de estudo mais ambicioso de Hannibal. Eu não
sei se o canibal vai usar da habilidade de Will para prendê-lo ainda mais,
porém fica claro no diálogo excelente que encerra o episódio, que é a
influência a maior arma dele, acrescida de um macabro complexo de Deus.